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domingo, 10 de outubro de 2010

Mudança!

Um pequeno acidente de percurso fez o Jornalheiros migrar para este endereço: http://jornalheirosec.blogspot.com/ Nada do conteúdo se perdeu. Nos próximos dias, decidiremos o que fazer, se continuar aqui ou ir para o novo.

A opinião de vocês leitores vai ajudar bastante. Desculpem-nos o transtorno, mas acessem:

sábado, 9 de outubro de 2010

Não é pra qualquer um – Ser honesto ou ser campeão?

O madrilenho Alberto Contador

No melhor estilo Arena Sportv de começar o programa, “vamos tratar hoje do assunto ética no esporte”. Até onde, caro leitor, você acredita que o fair play é válido? Em qualquer momento de uma competição? Ou se deve ignorar essa “regra”, caso o título desta esteja muito próximo?

Um exemplo que trago hoje é o de um dos esportes que costumo escrever sobre neste blog – o ciclismo. Na edição deste ano da Volta da França - competição que, como explicitei em um de meus textos, é uma das que mais amo -, o vencedor foi o grande Alberto Contador. Foi o terceiro título do espanhol, que teve méritos na vitória, mas talvez não 100% deles.

Na 15ª das 20 etapas, Contador era o segundo na classificação geral, 31 segundos atrás do jovem Andy Schleck. Quase no fim dessa etapa, os dois ciclistas se encontravam próximos, o que não mudaria nada na disputa pela camisa amarela (a camisa amarela é usada pelo líder geral do Tour, para que este se destaque no meio do pelotão). Mas Schleck foi ousado e optou por realizar um ataque, para se distanciar de Contador e aumentar alguns segundos na classificação.

Durante o ataque, sua corrente se soltou (confira o vídeo abaixo)! É difícil afirmar se foi um erro na passagem de marcha ou se foi um mero “azar”. No Tour de France, se preza muito a honestidade, ou seja, se aproveitar do erro do adversário não agrada muito o público. Mas quem disse que Contador (de camisa azul claro e amarelo) se importa? Na mesma hora, ao ver Schleck parado, ele “sprintou” (pedalou forte) e acabou com a diferença de tempo, tomando a camisa amarela e confirmando o tri-campeonato quatro dias mais tarde.



Nas etapas seguintes, Contador foi vaiado todas as vezes em que subiu ao pódio. Talvez o episódio da briga com Lance Armstrong no ano anterior, quando eram da mesma equipe e ambos queriam ser o capitão da mesma, tenha pesado para que Contador fosse considerado o vilão da história.

Ele afirmou que não viu que Schleck estava com problemas mecânicos e que, se tivesse visto, não daria o sprint. Tá bom!

Mas o que dizer, leitor? O que pensa sobre essa atitude? Foi covardia ou estratégia? O que você faria?

Um adendo

Para os que não acham graça em ciclismo, mas que estão pensando em dar, pelo menos, uma espiada no esporte para depois tirar conclusões sobre se é ruim ou não (coisa que fiz com todos os esportes que gosto), confiram o vídeo abaixo. É o duelo entre Schleck e Contador na montanha mais dura do Tour, o Col du Tourmalet, na etapa 17. No curto tempo em que acompanho Le Tour, foi o momento mais emocionante que acompanhei e ao vivo. Confira.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

“Aberrações futebolísticas” – Nottingham Forest


Talvez a denominação correta para o post de hoje seja "Interrogação futebolística".

Digo interrogação porque é difícil classificar um time do tamanho do Nottingham Forest.

Se um clube for considerado grande pelos seus títulos, há de se ressaltar que o Forest foi bicampeão da Champions League entre 1979 e 1980 (troféu que Arsenal e Chelsea, por exemplo, não têm até hoje), duas Copas da Inglaterra, quatro Copas da Liga Inglesa e mais um Campeonato Inglês, só pra citar as maiores glórias. Nada mau...

Agora, o que torna um clube pequeno? Rebaixamentos sucessivos? Falência? Pois os Reds não só faliram de fato em 1914, como também passaram a maior parte dos últimos 122 anos (quando o Campeonato Inglês começou a ser disputado) na segunda divisão. Não obstante, são os únicos campeões europeus a já terem sido rebaixados à terceirona. Nada bom...

(a título de curiosidade, Reds é um apelido clichê de times ingleses, não? Pois o Forest foi o primeiro de todos eles a usar vermelho, sendo, portanto, os Reds originais)

Quanto à torcida, não é tão numerosa como a de um Newcastle ou um West Ham, mas tão apaixonada quanto – algo parecido com a do Bahia e do Santa Cruz, que, mesmo em divisões inferiores, batem recordes de público no Brasil. Na última edição da segundona inglesa, a força da torcida foi o combustível que carregou o Nottingham Forest à fase final dos playoffs, quando o time perdeu para o Blackpool – e, por pouco, não retornou à elite.

Moral da história: qual o tamanho do Forest, afinal? Creio que, ao invés de classificar como grande, pequeno ou médio, dá mais certo chamar de aberração mesmo.

Um dos velhos chavões esportivos diz que futebol é momento. Mas pouquíssimos clubes no mundo variam tanto entre os extremos como o Nottingham Forest.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

"Olho na prancheta!" - Modelo de sucesso

Nosso hierárquico Pedrosa, extinguiu sem piedade, esta querida seção... Mas não se preocupem meus amigos, a pedido de blogueiros, ressuscitei o “Olho na prancheta!”.

E tentaremos resgatar com estilo! Sempre quis fazer uma analogia tática entre os dois maiores clubes da Espanha e do mundo: Barcelona e Real Madrid.

Não vou esconder para vocês. Sempre preferi o time da Catalunha (e continuo torcendo), desde a época de Luís Enrique, Rivaldo e Kluivert, quando eu jogava o clássico Fifa 98. Valorizo muito a sua política de revelar jogadores, ao invés, de tratar o dinheiro como se fosse papel.

De um lado, o Real Madrid. Não precisa dizer nada. 31 títulos nacionais, “só” nove Liga dos Campeões, três Mundiais, duas Copas da UEFA etc... Time de craques: Zidane, Raul, Roberto Carlos, Ronaldo, Di Stéfano, Puskas, Hagi... Esses tiveram a glória de passar por lá.

Nos últimos 20 anos, foram 10 títulos espanhóis. O Barcelona de Romário, Ronaldo, Rivaldo, Kluivert e “Pepito” Guardiola, atual técnico, levantaram o caneco nacional em 20 oportunidades. Ainda possui, em seu hall, três Liga dos Campeões, um Mundial de Clubes entre outros. Não fica muito longe.

Mas de 2004 para cá, quem manda é o time de Camp Nou. Não pára de surgir craques naquelas bandas. Ronaldinho, Eto’o, Xavi, Iniesta, Messi são alguns exemplos.

Enquanto que o clube da capital tenta reeditar o memorável time de 00-02, liderado por Zidane & Cia.

Agora vamos ao que interessa. Após esta pequena introdução, farei uma comparação tática dos dois times na atual temporada.



Vamos lá!







Vejamos que o Cristiano faz a função, tanto de segundo atacante, se aproximando do Higuaín, como também um ponta de lança, aberto pela direita. Di María é quase um quarto homem de meio-de-campo. Mourinho arma o time com dois volantes mais fixos ou até promovendo a entrada de mais um (Lass Diarra) na posição do Özil. Assim, Sergio Ramos e Marcelo possuem mais liberdade para sair.








O Barça foi o clube que fez voltar à tradição do 4-3-3 ou 4-2-3-1. O time vencedor de Ronaldinho já utilizava esta função. Veio Messi, e a escalação permaneceu. Não é a toa, ganhou tudo com esta formação. O time não mudou, taticamente, em relação à última temporada. A saída de Yaya Touré foi suprida com a contratação do Mascherano. O jovem Pedro faz a mesma função do francês Henry. Idem para Villa no lugar do Ibra. Messi joga, como de costume, na ponta direita cortando para o meio e promovendo jogadas com Xavi e Daniel Alves. O matador Villa na frente. Um time a cada ano mais forte... E avassalador!


Inté!




domingo, 3 de outubro de 2010

"Aforismos & Afins" – Lá vem a bola (GOL!!!)

Lá vem a bola!

Não, apenas isso não resume. Aliás, seria um pecado gravíssimo dizer apenas que a bola está vindo, omitindo o fato de que foi um passe magistral, de uma área até a outra, sem escalas.

Agora sim: lá vem a bola.

As leis da Geometria dizem que uma reta define a menor distância entre dois pontos. Mas a trajetória descrita pelo balão de couro parece contrariar qualquer lei. Os zagueiros adversários não passam de meros espectadores: apenas assistem à curva descendente em direção ao gol.

Lá vem a bola!

O atacante já está ali, como se tivesse avisado com antecedência ao executor do passe. Os zagueiros, a esta altura, nada podem fazer para impedí-lo de se encontrar com o objeto esférico que vem em sua direção. O goleiro – a última esperança! – ainda salta, mas talvez, bem no fundo, ele saiba que este é um gesto inútil.

Chegou o momento: lá vem a bola.

Para um artilheiro de ofício, este é o momento em que zagueiros, goleiros, traves, chuteiras, e tudo mais o que houver em volta deixam de existir: sobram apenas ele e a bola. Com ela, ele troca mil confidências em um único toque, sendo capaz de proporcionar uma verdadeira explosão de felicidade através de um gesto tão simples...

A bola veio, afinal. É estranho, mas ela já parecia dominada pelo atacante antes mesmo de chegar ao chão. E, como se fosse a assinatura de uma obra de arte, um leve toque de pé direito a jogou para o fundo das redes.

(Matheus Killer, em algum dia de dezembro de 2008. Não só o texto, o gol também!)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Não é pra qualquer um - A força da paixão

Unit/Uberlândia campeão nacional em 2004

Após três anos longe do basquete profissional, a cidade de Uberlândia retorna ao cenário nacional, para a disputa da temporada 2010/2011 do Novo Basquete Brasil. O Minas Tênis Clube não agradece!

O Minas é, sem dúvidas, um dos clubes mais importantes do Brasil, fazendo frente ao mais que centenário Esporte Clube Pinheiros e ao equivalente Club Athletico Paulistano. Com mais de 70 anos de fundação, o Minas representa com grandeza o estado de Minas Gerais nos principais esportes, como natação, vôlei, futsal, entre outros. Mesmo quem não é sócio do economicamente seleto clube sente ou já se sentiu orgulhoso de ter o nome de Minas sempre bem representado no restante do país.

Porém, no basquete, a história não é das mais vitoriosas. Não tenho dúvidas de que esse problema se deve à falta de amor dos mineiros em geral para com o esporte. Um clube do porte do Minas, se jogasse em São Paulo, seria multi-campeão dentro e fora do país. Mas o “se” é medroso e nunca aparece quando se precisa dele. Às vezes, nem o porte diz muito sobre o sucesso ou não de um clube no basquete brasileiro. Vide o time de Franca, maior campeão da história da liga nacional, com dez títulos. O que mais conta é a paixão da cidade pelo basquete. Franca tem de sobra.

E uma grande demonstração disso aconteceu aqui mesmo, nas Alterosas. Em 1º de junho de 1998, o Uberlândia Tênis Clube, tradicional clube do triângulo mineiro, deu início a suas atividades no basquete profissional. Começou, então, a caminhada vitoriosa do Uberlândia. Primeiro dentro de casa: nos anos de 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006, o título de campeão mineiro ficou no triângulo, ao invés da capital. Exatamente. Nove anos consecutivos sendo vencedor.

Depois disso, veio o sucesso nacional. Em 99, no primeiro nacional que disputou, o Uberlândia ficou a um ponto de figurar entre os oito que disputariam as quartas-de-final. No ano seguinte, 18 vitórias em 26 jogos que garantiram a vice-liderança na primeira fase e classificação à fase semifinal, onde caiu para o Flamengo. Em 2003, após liderar a primeira fase (com o Minas em 2º), chegou à final do torneio, perdendo para Ribeirão Preto. Em 2004, novamente líder da primeira fase, mas desta vez, o título não escapou, nem mesmo enfrentando o poderoso rubro-negro da gávea.

O ápice das conquistas do time mineiro veio em 2005. Campeão da América! Juntamente com o Vasco da Gama, se tornou o único clube brasileiro, dentre os milhares de argentinos, a sagrar-se vencedor da Liga Sulamericana de Basquete.

O Minas? Apenas assistindo.

Mas em 2007, por falta de patrocínio e apoio econômico, o Uberlândia encerrou as atividades no basquete profissional. Sim, é simples assim. O basquete brasileiro é ignorado de tal maneira, que um campeão continental simplesmente fecha as portas por falta de dinheiro.

Três anos em que o Minas nunca passou da semifinal do nacional. Nem mesmo sem seu principal rival da década.

Mas no Novo Basquete Brasil que se inicia no dia 29 deste mês, o Uberlândia está de volta! Alguns de seus ídolos dos anos de glórias, como Estevam, Brasília e Valtinho (foto ao lado) abandonaram seu clube para retornar à cidade que os consagrou. Não abandonaram um clube qualquer. Foi o atual campeão brasileiro, o Brasília.

O Minas, por sua vez, deixou ir embora a base de seu time titular: Luiz Felipe, o americano Jeffries, Drudi e o melhor pivô da temporada passada, Murilo. O que fazer? O que esperar de um clube que trata o basquete profissional com tanto descaso? Aliás, até mesmo as categorias de base. Pois quem já jogou sabe o quão vitorioso o clube é na base, mas o que se faz com o talento desses atletas? Preguiça.

Minas Gerais tem sua capital. Mas no basquete, a capital é outra. Infelizmente para nós, belorizontinos, que quando formos ao ginásio da rua da Bahia, talvez estaremos indo para ver o time adversário.

Jogos do NBB em BH (data – horário, adversário):

14/11 - 11h, Vitória
21/11 - 11h, Vila Velha
12/12 - 11h, Paulistano
19/12 - 11h, Pinheiros
09/01 - 11h, Joinville
11/01 - 20h, Flamengo
21/01 - 20h, Limeira
23/01 - 11h, São José
04/02 - 20h, Araraquara
06/02 - 11h, Franca
18/02 - 20h, Bauru
20/02 - 11h, Assis
25/03 - 20h, Brasília
27/03 - 11h, Uberlândia